Professor Palhaço, Aluno Rebelde e um Futuro Enterrado
Minha primeira formação e paixão é a educação. Como licenciado em História, Filosofia e Ciência da Religião, sinto-me frustrado com o rumo que a educação brasileira vem tomando. Não é exagero afirmar que temos uma geração de jovens que conclui o ensino médio sem nunca ter lido um livro, sem dominar as operações básicas da matemática, tratando a História como coisa ultrapassada e distorcendo a Língua Portuguesa a seu bel-prazer.
O mais grave é perceber que o país consolidou dois modelos de ensino: a escola para ricos e a escola para pobres. Se quero que meu filho tenha futuro nos estudos, precisei pagar por uma boa escola particular, onde o aprendizado acompanha a aprovação. Mas se a intenção é apenas cumprir tabela, sem esforço, sem reprovação e sem mérito, basta deixá-lo em uma escola pública. Aos 18 anos, muitos descobrem que não sabem nada — e o sistema os enganou esse tempo todo.
Alguém pode contestar, mas a realidade é essa: estamos sem rumo e sem liderança capaz de resgatar a educação. Gestores multiplicam ideias mirabolantes que na prática não resolvem. Alunos não respeitam professores, professores muitas vezes não dominam os conteúdos básicos e gestores exigem que o professor seja um animador de auditório, sempre inovador, enquanto o problema é estrutural.
A solução não está em invenções modernosas, mas em dar alguns passos atrás. Precisamos resgatar a escola dos anos 80: sem castigos físicos, mas com respeito, com autoridade docente, com ordem em sala de aula. Uma época em que o aluno reconhecia mais seus deveres do que apenas seus direitos. Uma escola onde aprovação era mérito, fruto de esforço, e quem não atingia a meta simplesmente ficava para trás, aprendendo cedo que nada vem de graça.
Hoje, para os progressistas, professor bom é aquele que toca violão em sala, professor de História faz teatro em vez de prova, e Matemática não vai além das quatro operações, porque o resto seria “coisa de burguês”. Criou-se a ideia de que sala de aula deve ser um espaço de liberdade absoluta, mas, na prática, virou terra sem lei.
O problema não é apenas pedagógico, mas também político: uma esquerda infantil e uma direita abobalhada disputam narrativas, enquanto a educação afunda. O resultado? Estamos entre os últimos do mundo em qualidade educacional, atrás de países africanos, piores até que o Haiti ou a Somália.
Diante disso, resta apenas a ironia amarga: esperar um milagre, talvez até a chegada dos alienígenas. Porque, sinceramente, as perspectivas não são as melhores. Nunca fez tanto sentido a expressão: “Daqui pra frente é só pra trás.”

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