O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no dia 18 de agosto a visita oficial do presidente equatoriano, Daniel Noboa. Lula confirmou a retomada das importações de bananas equatorianas após um período de suspensão por questões fitossanitárias. Inicialmente, a entrada será de bananas desidratadas, enquanto a in natura passará por um período de análise até o final do ano.
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Para os produtores brasileiros, o cenário é preocupante. O alerta se deve pela possibilidade de a abertura comercial gerar competições desfavoráveis com as frutas brasileiras dentro do mercado interno, o que pode prejudicar a dinâmica de preços. Além disso, a entrada de bananas equatorianas pode trazer ameaças fitossanitárias para o Brasil, como a raça 4 tropical do fungo Fusarium oxysporum, que já foi registrada na fronteira do Equador.
Ao autorizar a retomada da importação de banana do Equador, a medida coloca em risco a produção nacional, abre as portas para pragas e doenças inexistentes no Brasil e pode comprometer o sustento de milhares de famílias de agricultores, como ressalta a diretora executiva da Associação dos Bananicultores de Corupá, Eliane Müller.
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A medida, vista como uma ameaça direta à economia local, levantou alertas sobre a possível queda de preços no mercado interno, riscos fitossanitários e impactos sociais, especialmente entre os pequenos agricultores que sustentam a cadeia produtiva no estado.
Na segunda-feira, produtores ligados à Asbanco e a Febanana, junto com técnicos da defesa vegetal e pesquisa, estiveram na superintendência do Ministério da Agricultura, em São José, para expor a preocupação. “Estamos abrindo diálogo com o Governo Federal mostrando a nossa apreensão, principalmente quanto à fitossanidade e a questão socioeconômica, porque vai afetar milhares de produtores, que têm na banana a fonte de subsistência”.
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Riscos fitossanitários e econômicos são as principais preocupações
A diretora executiva Eliane Müller, da Asbanco, fala até em colapso do setor, a se confirmar a importação da banana do Equador, principalmente pela ameaça à segurança sanitária da produção. Em Corupá, são 450 famílias, pelo menos, que dependem unicamente da produção da fruta.
Os impactos da decisão preocupam especialmente porque Santa Catarina tem papel de destaque na exportação da fruta. Segundo dados do Observatório Agro Catarinense, o Brasil exportou 43,8 mil toneladas de banana no primeiro semestre de 2025, com receita aproximada de R$ 85 milhões.
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Desse total, o estado foi responsável por quase 50% do volume: 21,8 mil toneladas, gerando R$ 39,2 milhões em receita — 45,9% do total nacional. O crescimento no comparativo com o mesmo período de 2024 foi de 103%.
O Norte do Estado, liderado por Corupá, é responsável pela produção de 80% da banana produzida no Estado.
A preocupação dos produtores será levada também a prefeitos, vereadores e demais lideranças políticas da região nos próximos dias, segundo Eliane.
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