O Comitê Regional de Prevenção de Óbitos Materno, Infantil e Fetal do Vale do Itapocu se reuniu no dia 15 de agosto, com a presença de representantes de todos os municípios da região, além de técnicos do Hospital Jaraguá, instituições de ensino e COREN. Com a retomada das atividades no Vale do Itapocu, somam 17 comitês regionais no Estado, um em cada região de saúde.
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O objetivo do Comitê é acompanhar as ações de vigilância dos óbitos materno, infantil e fetal realizadas pelos municípios, visando identificar os principais determinantes desses óbitos e o que prevalece na região, tendo como foco propor ações destinadas à prevenção, ao controle e à redução das mortalidades no contexto regional. Tem finalidade estritamente educativa e como premissa o sigilo das informações.
Nos últimos três anos a média de nascidos vivos no Vale do Itapocu foi de 4.284 crianças. Embora perceba-se uma queda no número de mães adolescentes (foram 6,5% do total de 2024), cresce o número de gestantes com 35 anos e mais (20,5% do total em 2024), o que representa a necessidade de atenção a esse público tendo em vista que, com a idade avançada, eleva-se o risco de gestações múltiplas, anomalias congênitas maiores e mortalidade materna ou morbidade grave.
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Além disso, o pré-natal, que é recomendado pela Rede Alyne, programa nacional que visa reduzir a mortalidade materna e infantil, garantindo o cuidado integral e humanizado a gestantes, parturientes, puérperas e crianças, estabelece que sejam realizadas 7 consultas ou mais, iniciadas preferencialmente até a 12ª semana de gestação. Na região, no ano de 2024, em apenas 79,4% dos casos foram realizadas consultas de pré-natal dentro destes parâmetros.
Índices da região crescem 68% em três anos e são maiores que média estadual
Segundo dados divulgados, isso pode ser um dos fatores envolvidos no aumento da mortalidade infantil e fetal no Vale do Itapocu, que passou de 29 óbitos infantis e 22 óbitos fetais em 2021, para 48 e 36 em 2024, respectivamente. Isso representa um aumento de 68% no comparativo entre os dois anos.
Quando avaliada a taxa de mortalidade infantil, numa perspectiva a cada 1.000 nascidos vivos, a região, que apresentava índices baixíssimos, foi de 6,8 óbitos a cada 1.000 nascidos vivos em 2021, para 11,4 em 2024. Esse valor foi superior ao Estado, que apresentou 10,4 óbitos/1.000 nascidos vivos em 2024.
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Reunir médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde envolvidos na assistência materno-infantil para discutir fragilidades de acesso e qualidade da assistência, com foco em fazer recomendações aos serviços, para que gestores possam pensar e implementar políticas públicas como prioridade, terá impacto direto na redução das mortalidades maternas, infantis e fetais.
A gerente regional de Saúde, Nina Santin Camello, destacou a importância do encontro, ressaltando que os municípios da região estão reestruturando seus comitês para fortalecer a rede de cuidados. “O Comitê é uma ferramenta crucial para a redução da mortalidade materna infantil e fetal, buscando ações mais eficazes e efetivas para reduzir os números de óbitos”.
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A coordenadora do Comitê Regional, enfermeira Mariceia Trierweiler Xavier, explica que um comitê de óbitos infantis e fetais é um grupo de trabalho responsável por investigar, analisar e propor medidas para reduzir a mortalidade infantil e fetal. Esses comitês atuam na identificação das causas desses óbitos, visando aprimorar a qualidade da assistência à saúde materno-infantil e reduzir as mortes evitáveis.
“Diante dos números negativos registrados na região, urge que medidas sejam tomadas envolvendo os gestores municipal e estadual, junto com a maternidade do hospital, construindo políticas públicas de saúde para evitar o aumento de óbitos evitáveis”, comenta Mariceia.
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