A Procuradora da Mulher, vereadora Natália Lúcia Petry, trouxe à tona na sessão do dia 13 da Câmara Municipal, um tema urgente: a violência doméstica e os dados alarmantes registrados pela Delegacia Especializada da Mulher, Criança, Adolescente e Idoso de Jaraguá do Sul.
Ela apresentou um levantamento que expõe a gravidade da situação. Somente entre janeiro e o dia 7 de maio de 2025, foram registrados 295 casos de agressão contra mulheres em Jaraguá do Sul. Os números mensais foram: 60 casos em janeiro, 74 em fevereiro, 73 em março, 73 em abril e 15 em maio até o fechamento dos dados.
Entre os principais tipos de ocorrência estão: Ameaças: 241 casos, Lesão corporal leve: 115, Lesão corporal grave: 2, Sequestro e cárcere privado: 65, Violência psicológica: 65, Injúria: 65, Perseguição: 25, Descumprimento de medida protetiva: 21, Estupro: 4, Estupro de vulnerável: 9, Importunação sexual: 25, Difamação e calúnia: 17 e 10, respectivamente.
Além disso, a parlamentar também lamentou o feminicídio ocorrido em 2025 na cidade. Natália também destacou os dados da Rede Catarina da Polícia Militar de Santa Catarina, que realizou 237 medidas protetivas e 199 visitas domiciliares no período de janeiro a abril deste ano.
A Procuradoria da Mulher da Câmara reuniu-se na semana passada com o presidente da Casa e servidores para definir ações práticas que serão desenvolvidas.
A vereadora também enfatizou que o combate à violência doméstica não é uma pauta exclusiva das mulheres, e pediu maior engajamento dos homens — especialmente dos vereadores — nesse processo. Para ela, quando homens públicos se envolvem nessa causa, é possível sensibilizar também os homens agressores.
“A violência contra a mulher não pode mais ser tolerada e deve ser combatida com união, educação e políticas públicas eficazes” – declarou – acrescentando que a raiz de muitos dos problemas está na desestruturação familiar e na terceirização da educação para escolas que já estão sobrecarregadas.
Ela salienta que é preciso resgatar os valores dentro de casa para que o problema seja enfrentado por meio da educação, e não deixar que essa educação seja apenas responsabilidade da escola.
Atlas da Violência mostra SC como o estado mais seguro do País
O Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), coloca Santa Catarina, mais uma vez, como o estado mais seguro do País. A taxa registrada é de 9,0 homicídios para cada 100 mil habitantes, enquanto São Paulo, em segundo lugar no ranking, registra 11,2 por 100 mil habitantes. A disparidade é ainda maior se considerar o estado do Amapá, considerado pelo ranking o mais violento do país, que registra 57,7 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Os dados analisados são de 2023, e trouxe números reais, contabilizando homicídios ocultos, que muitos estados registram como “mortes violentas por causa indeterminada”, o que acaba por ocultar número de mortes. O documento ainda enaltece, de 2022 a 2023, significativa redução de 71,4% desses registros feitos com mais transparência por Santa Catarina. Diz a publicação.
O secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Flávio Graff, credita esses números ao planejamento estratégico, integração das Forças de Segurança, infraestrutura e tecnologia:
Os dados apresentados no Atlas da Violência 2025 são baseados em informações oficiais do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos mantidos pelo Ministério da Saúde.
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