O Ministério da Saúde anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer, ainda neste ano, o implante subdérmico contraceptivo liberador de etonogestrel, conhecido comercialmente como Implanon. A nova tecnologia é considerada um dos métodos mais eficazes para prevenir a gravidez não planejada e atua no organismo por até três anos. No mercado privado, o produto custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.
A decisão de incorporar o implante foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e representa um avanço nas políticas de saúde reprodutiva. O investimento previsto é de aproximadamente R$ 245 milhões, com a meta de distribuir 500 mil dispositivos apenas em 2025.
Alta eficácia e autonomia para as mulheres
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a iniciativa busca ampliar as opções disponíveis no planejamento familiar e fortalecer a autonomia reprodutiva.
Atualmente, o SUS oferece métodos como DIU de cobre, pílulas anticoncepcionais, injetáveis, laqueadura e vasectomia. Entre eles, apenas o DIU de cobre é considerado um contraceptivo reversível de longa duração (LARC, na sigla em inglês).

Como funciona o implante subdérmico
O implante é um pequeno bastão flexível, inserido sob a pele do braço por profissional de saúde habilitado. Ele libera doses contínuas de etonogestrel, um hormônio que impede a ovulação e proporciona eficácia superior a 99%. Durante três anos, não há necessidade de manutenção ou uso complementar de outro método. Após a remoção, a fertilidade retorna rapidamente.
Além de garantir proteção contraceptiva prolongada, a expectativa é que o acesso gratuito ao método contribua para reduzir a mortalidade materna no país, especialmente entre mulheres negras, em alinhamento com metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Prazo e capacitação profissional
O Ministério da Saúde deve publicar nos próximos dias a portaria que oficializa a medida. A partir daí, o prazo para que o método comece a ser oferecido é de até 180 dias. Nesse período, serão elaboradas novas diretrizes clínicas, realizada a compra e distribuição dos implantes e promovida a capacitação teórica e prática de médicas(os) e enfermeiras(os).
Distribuição e expectativa de impacto
Até 2026, a previsão é que 1,8 milhão de mulheres sejam beneficiadas. A Secretaria de Atenção Primária à Saúde será responsável por coordenar a implementação em todo o país. Inicialmente, unidades que já atuam com planejamento sexual e dispõem de equipes habilitadas devem começar a aplicação do novo contraceptivo, enquanto outras equipes serão treinadas.
O Ministério da Saúde reforça que o implante não protege contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), sendo recomendada a associação com o uso de preservativos.
Fonte: Ministério da Saúde
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