Foto: Repercussão nas redes: base bolsonarista critica possível candidatura de Carlos Bolsonaro por Santa Catarina
Repercussão nas redes: base bolsonarista critica possível candidatura de Carlos Bolsonaro por Santa Catarina
No feriado de 12 de outubro, a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) publicou em suas redes sociais imagens de uma agenda intensa de visitas no interior do Estado. O que talvez não esperasse, ou quem sabe esperasse, afinal política é cálculo, foi a enxurrada de comentários indignados de seguidores e apoiadores. O motivo? A possível candidatura de Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao Senado por Santa Catarina.
Por mais “bolsonarista” que o Estado possa ser, a valorização da prata da casa continua pesando. E os comentários deixaram isso claro.
“Um sábado de muito trabalho e compromisso com o nosso povo! Estivemos em Herval d’Oeste para participar do evento do Rota 22 ao lado do governador @jorginhomello e de grandes lideranças estaduais…”, escreveu Caroline, ao publicar as imagens de sua agenda com o governador.
O tom leve da legenda foi rapidamente substituído pela fúria dos comentários. Entre elogios à parlamentar, sobrou crítica ao movimento do PL de empurrar o “filho do mito” para o Senado catarinense.
Uma seguidora resumiu o sentimento de muitos:
“Carol, tenho grande admiração por você e te considero uma excelente parlamentar. Mas Santa Catarina precisa de políticos que representem e defendam nossa cultura, valores e pautas, não alguém que venha apenas embalar na onda do nome do pai. O nosso Estado tem identidade, força e merece ser representado por quem realmente luta por ele, não por forasteiros. Falo com respeito, mas também com sinceridade: não se sujeite a esse tipo de alinhamento, porque o povo catarinense valoriza autenticidade e coragem. E é justamente isso que sempre enxerguei em você.”
A partir daí, o post virou um retrato da divisão interna da direita catarinense, entre os que ainda seguem qualquer movimento da família Bolsonaro e os que exigem respeito à identidade local.
Comentários pipocaram de todos os cantos do Estado:
“Vai deixar o cargo pro careca, filho do Bozo? Han han!” “Dois senadores brabos contra o STF e um governador reeleito, mas @carlosbolsonaro? MEU VOTO JAMAIS!” “Santa Catarina não é curral eleitoral!” “Prefiro votar no PT do que nesse cidadão!” “Esse rapaz nunca viveu em Santa Catarina e quer ser senador aqui? Não sejam vira-latas, catarinenses!”
Houve ainda quem lembrasse do fiasco da eleição de Jorge Seif Júnior, eleito por Santa Catarina mas ausente do cotidiano do Estado:
“Quer ser mais um @jorgeseifjunior, que nem em SC coloca os pés?”
Outros foram mais diretos e ácidos:
“O Carluxo é chegado numa linguiça… Só voto em catarinense, sapo de fora não canta nessa lagoa.” “O cara nunca viveu aqui, não sabe o nome dos bairros e quer ser senador? Ridículo usar Santa Catarina como trampolim político.”
Em meio à saraivada de críticas, sobrou também para o governador Jorginho Mello (PL), acusado por seguidores de entregar o Estado e abrir mão da identidade catarinense em nome da conveniência partidária.
“Se o cacique do PL insistir em Carlos Bolsonaro, migre para outro partido. Santa Catarina não tem dono!”
Entre a fidelidade e a insatisfação, o episódio escancara a rachadura na base conservadora do Estado e levanta uma questão inevitável: até onde vai a lealdade ao bolsonarismo quando o nome em disputa é o de um forasteiro?
Reação em cadeia: base bolsonarista se divide após postagem de Caroline de Toni
Por enquanto, Caroline mantém o discurso protocolar, sem se posicionar abertamente contra ou a favor da candidatura de Carlos. Mas o termômetro das redes mostra o que o eleitor catarinense já decidiu: a paciência com imposições de Brasília está por um fio.
Nós utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continua a usar este site, assumimos que você está satisfeito.