De tempos em tempos, a mídia estampa manchetes chocantes: “Cobra engole homem inteiro”. Em julho, um novo caso na Indonésia voltou a chamar atenção do mundo para esse fenômeno aterrorizante. Apesar de parecer uma lenda urbana, esse tipo de ocorrência é real – embora extremamente raro – e já foi documentado com fotos e vídeos confirmados por especialistas.
Segundo Lucas Simões, biólogo e técnico do Instituto Butantan, apenas duas espécies conhecidas possuem capacidade física para ingerir um ser humano: a píton-reticulada (Python reticulatus) e a sucuri-verde (Eunectes murinus). Essas serpentes são verdadeiras gigantes da natureza, capazes de engolir animais como porcos, capivaras e até jacarés.
Entretanto, ele destaca que os únicos casos comprovados de humanos devorados aconteceram com pítons-reticuladas, e em situações muito específicas, quase sempre em áreas rurais do Sudeste Asiático. Não há registros confirmados de sucuris matando e comendo seres humanos.

Constrição: a técnica letal das gigantes
Essas cobras não são venenosas. Elas matam por constrição, ou seja, enroscam seus corpos musculosos ao redor da presa e apertam com força descomunal. Ao contrário do que muitos imaginam, a morte da vítima não ocorre por asfixia, mas sim por colapso circulatório — o sangue deixa de circular, causando parada cardíaca em minutos.

Mandíbulas que se abrem como um alçapão
O segredo para engolir presas muito maiores que sua cabeça está na anatomia dessas serpentes. Ao contrário dos mamíferos, as cobras têm ossos mandibulares separados, que se movem independentemente, permitindo uma abertura bucal descomunal. Além disso, suas costelas e vértebras são extremamente flexíveis, o que facilita a dilatação do corpo durante a deglutição.
Seres humanos não fazem parte da dieta
Apesar do medo popular, o biólogo reforça que humanos não fazem parte da dieta natural dessas cobras. Os ataques são acidentes raríssimos, geralmente motivados por fome extrema e facilidade de captura — como pessoas dormindo ao relento em regiões habitadas por pítons.
No Brasil, não há nenhum caso documentado de sucuri devorando uma pessoa, apesar da fama da anaconda. E, ainda assim, o medo permanece no imaginário coletivo, alimentado por registros reais e histórias de tirar o fôlego.
Fonte: National Geographic Brasil
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