Profissão: Professor — A Vida Insalubre de Quem Ensina
A vida de professor é tão difícil que, dizem, quando uma “garota de programa” — ou melhor, uma job — se apaixona por um professor, ela promete: “ainda vou te tirar dessa vida”. A piada é boa, mas a realidade é triste. No Brasil, a profissão que em outros países é chamada de mestre, aqui é tratada como um emprego insalubre.
As escolas são projetadas para o conforto dos alunos, nunca para o bem-estar do professor. Secretarias de educação, diretores e coordenadores cobram “formas inovadoras” de ensinar, como se a criatividade fosse capaz de resolver todos os problemas — quando, na verdade, o maior desafio está no comportamento dos próprios alunos.
Os pais, por sua vez, enxergam a escola como uma creche de luxo, onde o filho é sempre o coitadinho e o professor o vilão. O docente não pode avaliar como deveria: se o aluno tira nota baixa, a culpa não é do desinteresse ou da falta de estudo, mas do professor que “não explicou direito”.
E quando se fala dos profissionais que atendem alunos PCD — pessoas com deficiência —, a situação se agrava. Há casos em Jaraguá do Sul de alunos que agridem, mordem e arranham professores. E o que é feito para proteger o profissional? Nada. Há quem diga que “faz parte do trabalho”, mas vale lembrar: trabalho com espancamento acabou em 1888, com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel.
Esses alunos, muitas vezes não medicados, são empurrados para dentro das escolas por pais negligentes, que veem o colégio como um depósito, um manicômio social travestido de inclusão. A culpa, claro, não é da criança — mas dos responsáveis, que deveriam responder por abandono parental.
Mas não para por aí. Há também os alunos sem laudo, aqueles que não têm qualquer problema de ordem psicológica ou cognitiva, mas que simplesmente não têm educação. Jovens que enfrentam professores, não estudam, não fazem trabalhos, faltam às aulas, são preguiçosos e, em muitos casos, até descuidados com a própria higiene.
Tudo isso, inevitavelmente, recai sobre os ombros do professor. Como evoluir como nação se nem o básico da educação científica é respeitado? É claro que existem maus professores — profissionais ruins existem em qualquer área. Mas o problema da educação brasileira é muito mais estrutural do que individual.
O ambiente escolar, hoje, é insalubre para a prática do conhecimento e para a saúde mental do profissional. Ser professor é trabalhar ao máximo para receber o mínimo. Enquanto isso, os responsáveis pela educação vivem de teorias mirabolantes, cheias de jargões e fumaça, que mais atrapalham do que ajudam.
O professor precisa ser autoridade novamente. A escola precisa resgatar a disciplina e o respeito. Os alunos devem ser incentivados a estudar e se esforçar para alcançar objetivos. E, acima de tudo, a instituição deve proteger o profissional da interferência de pais e mães que, sem entender nada de educação, acham que podem dar “pitacos”.
A escola tradicional formava e desenvolvia. A escola moderna, com suas ideias progressistas mal aplicadas, transformou-se num zoológico — e os professores, nos tratadores.

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