A inteligência artificial afetará um grande número de empregos e setores, consolidando uma transformação radical no mercado de trabalho, é isso que afirmou o diretor executivo da Amazon, Andy Jassy. Ele também declarou que a companhia reduzirá sua força de trabalho à medida que a inteligência artificial (IA) for ocupando o lugar dos funcionários humanos. A declaração se soma a uma crescente lista de empresas que vêm alertando sobre a substituição de profissionais por máquinas. Segundo Jassy,
Outras companhias seguem o mesmo caminho. A startup Anthropic estima que, entre um e cinco anos, metade dos empregos iniciantes em áreas não manuais poderá desaparecer. Desde 2022, empresas públicas dos EUA cortaram 3,5% do quadro de funcionários de escritório. A plataforma de vendas Shopify exige que as equipes justifiquem a necessidade de contratar humanos, provando antes que a IA não pode realizar a tarefa. A Duolingo também planeja substituir parte de seus colaboradores externos por IA.

IA pode extinguir milhões de empregos
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) calcula que um quarto dos empregos no mundo está em risco de obsolescência. Um levantamento do Fórum Econômico Mundial prevê que a tecnologia eliminará 92 milhões de postos até 2030, mas também criará 170 milhões de novas vagas, sobretudo em setores ainda em formação. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) indica que 60% dos empregos nas economias desenvolvidas serão afetados — metade de forma negativa.
Em contrapartida, países de baixa renda, embora menos afetados diretamente, também se beneficiarão menos do aumento de produtividade prometido pelas novas ferramentas tecnológicas. A revolução da IA ameaça inclusive os empregos considerados mais qualificados, com foco em atividades de escritório onde os algoritmos já demonstram desempenho igual ou superior ao humano.
Empregos mais ameaçados
De acordo com o think tank Pew Research Center, as profissões mais vulneráveis à substituição são as ligadas à análise de dados, programação, contabilidade e inserção de dados (data entry). Já os profissionais que desempenham funções manuais — como operários da construção civil, cuidadores infantis e bombeiros — tendem a ser mais protegidos, por estarem em áreas de difícil automação.
Apesar do tom alarmante, alguns especialistas defendem que a Inteligência Artificial não representará necessariamente um colapso no mercado de trabalho, e sim uma transformação. Enzo Weber, do Instituto de Pesquisa sobre o Trabalho (IAB) da Alemanha, acredita que a tecnologia abrirá novas possibilidades. “A IA primariamente transforma o trabalho, mas não o elimina fundamentalmente”, afirma.
Novas tarefas, mais produtividade
Estudos recentes apontam que a automação de tarefas pode, na verdade, aumentar a produtividade e gerar novos empregos. Pesquisadores da Universidade de Harvard defendem que, embora a Inteligência Artificial possa desestabilizar o mercado, seu impacto será gradual e ocorrerá ao longo de décadas. Segundo eles, a automação de tarefas repetitivas libera os profissionais para atividades mais complexas, que exigem criatividade, tomada de decisão e empatia — habilidades ainda difíceis de replicar por máquinas.
Resistir ao avanço pode custar caro
Apesar dos receios, especialistas alertam que resistir ao uso da IA pode ser ainda mais prejudicial. A integração eficaz das novas ferramentas depende da capacitação dos trabalhadores e da disposição das empresas em promover essa adaptação. “A IA é um game changer. Ela apresenta oportunidades, mas elas precisam ser agarradas. É essencial mais desenvolvimento e treinamento ativo dos funcionários”, alerta Weber.
Fonte: G1
Fique sempre bem informado!
Participe do nosso grupo de WhatsApp e acompanhe as principais notícias do País. Acesse: www.observamais.com.br