Crédito Habitacional – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, um novo modelo de crédito habitacional que amplia o acesso à moradia para a classe média brasileira.
A proposta reformula as regras de uso da poupança como fonte de financiamento, com foco em famílias que possuem renda acima de R$ 12 mil mensais.
O anúncio foi feito durante o Incorpora 2025, evento realizado em São Paulo (SP) e considerado um dos mais importantes do setor da construção civil. Segundo Lula, o objetivo é atender um público que ficou fora das faixas do Minha Casa, Minha Vida, mas que também enfrenta dificuldades para financiar um imóvel.
“O trabalhador da classe média — seja um metalúrgico, um professor ou um bancário — muitas vezes não consegue comprar a própria casa. Não é pobre o suficiente para estar na faixa 1 ou 2, mas também não tem condições de pagar juros altos. Esse programa foi pensado para essas pessoas”, afirmou o presidente.

Nova estrutura de crédito
A reformulação cria um novo sistema de financiamento imobiliário, que moderniza as regras do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O modelo passa a utilizar os depósitos da poupança como referência direta para o volume de crédito habitacional disponível, ampliando as possibilidades de financiamento para a população de renda intermediária.
Conforme o governo, quanto maior o volume de recursos aplicados em poupança, mais crédito será disponibilizado para o setor imobiliário. Essa dinâmica também considerará outras captações de mercado, como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).
A transição será gradual e deve se estender até janeiro de 2027, quando o novo sistema passará a valer integralmente. Até lá, permanece o direcionamento obrigatório de 65% dos recursos da poupança para o crédito imobiliário. Com a mudança, os depósitos compulsórios no Banco Central deixarão de existir, permitindo maior autonomia aos bancos.

Regras e limites
Entre as principais alterações, estão:
- Aumento do teto do valor dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões;
- Famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil passam a ter acesso à nova linha de crédito;
- Taxa de juros limitada a 12% ao ano, conforme regras do SFH;
- Caixa Econômica Federal voltará a financiar até 80% do valor dos imóveis.
Com o novo modelo, 80% dos financiamentos habitacionais deverão seguir as diretrizes do SFH, o que deve estimular a concorrência entre bancos. Instituições que não captam poupança também poderão ofertar crédito em condições semelhantes, por meio dos depósitos interfinanceiros imobiliários.
Impacto econômico e expectativas
A expectativa do governo é que as mudanças impulsionem o setor da construção civil e aumentem a geração de empregos. A Caixa Econômica Federal, principal agente financeiro do país nesse segmento, estima financiar cerca de 80 mil novas moradias até 2026.

Atualmente, o banco detém 67% do mercado de crédito habitacional e responde por 99% das operações do Minha Casa, Minha Vida. Em 2024, o volume total de financiamentos habitacionais ultrapassou R$ 223 bilhões, com impacto direto de 1,9 milhão de empregos gerados.
A mudança ocorre em um momento de redução dos depósitos na poupança, que registrou resgates líquidos de R$ 87,8 bilhões em 2023, R$ 15,5 bilhões em 2024 e R$ 78,5 bilhões somente em 2025. A manutenção da taxa Selic em patamares elevados tem levado investidores a buscar alternativas mais rentáveis, reduzindo os recursos disponíveis para o crédito habitacional.
“A classe média quer ter o direito de escolher onde morar e ter uma casa adequada à sua realidade. O desafio é garantir dignidade e oportunidade a quem sempre esteve no meio do caminho entre o acesso facilitado e o crédito impossível”, disse Lula.
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