Um gato-maracajá, felino silvestre típico da Mata Atlântica e considerado ameaçado de extinção, foi resgatado na manhã desta quarta-feira (18) após ser encontrado dentro de um galinheiro na região do bairro Rio Molha, na divisa entre os municípios de Jaraguá do Sul e Massaranduba, no Norte de Santa Catarina.
O animal teria invadido o galinheiro durante a madrugada em busca de alimento e causou a morte de algumas galinhas. Apesar do prejuízo material, o morador do imóvel teve uma atitude consciente e responsável: isolou o local para evitar qualquer confronto com o felino e acionou imediatamente a Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama).
🌳 Espécie rara e ameaçada de extinção
O gato-maracajá (Leopardus wiedii) é um dos felinos mais enigmáticos da fauna brasileira. De porte médio, é frequentemente confundido com a jaguatirica, mas possui características únicas: olhos grandes adaptados à visão noturna, corpo esguio, pernas longas e uma cauda que pode chegar a quase o tamanho do corpo, o que o ajuda a se equilibrar em galhos de árvores.
Com hábitos arborícolas e noturnos, o gato-maracajá se alimenta de aves, roedores e pequenos répteis. Seu território natural inclui florestas densas e bem preservadas, como as áreas remanescentes da Mata Atlântica, onde sua presença é cada vez mais rara devido à perda de habitat, atropelamentos, caça e tráfico de animais silvestres.
A espécie está listada como quase ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), mas já aparece como ameaçada em diversas listas estaduais, como a de Santa Catarina e Bahia, o que reforça a importância de ações de resgate e preservação como a registrada em Jaraguá do Sul.

👏 Resgate seguro com apoio da Fujama
Após o chamado do morador, a equipe técnica da Fujama, liderada pelo biólogo Gilberto Duwe, se deslocou rapidamente até o local. O resgate foi realizado de forma segura, sem oferecer riscos ao animal ou às pessoas envolvidas. O gato-maracajá foi contido com equipamentos adequados e transportado com todo o cuidado para avaliação clínica.
Segundo Duwe, a atitude do morador foi fundamental para o desfecho positivo da ocorrência:
“O morador agiu da maneira correta ao não tentar capturar o animal por conta própria e buscar apoio. Isso ajuda tanto na preservação da espécie quanto na segurança de todos”, destacou o biólogo.
O felino passou por uma avaliação veterinária e, como estava saudável e sem ferimentos, foi devolvido ao seu habitat natural, em uma área de mata preservada próxima ao local onde foi encontrado.
🚨 O que fazer ao encontrar um animal silvestre?
A presença de animais silvestres em áreas rurais ou urbanas é cada vez mais comum, especialmente nas regiões que ainda mantêm fragmentos florestais. A Fujama orienta que, ao se deparar com um animal como o gato-maracajá, a população siga os seguintes passos:
- Não tente capturar ou espantar o animal;
- Afaste-se e mantenha pessoas e animais domésticos longe;
- Isolar o local, se possível;
- Acionar imediatamente a Fujama, a Polícia Ambiental ou outro órgão competente.
Tentar manusear um animal silvestre sem conhecimento técnico pode ser perigoso tanto para o animal quanto para a pessoa. Além disso, a captura ou a manutenção de animais silvestres em cativeiro sem autorização é crime ambiental.
🌱 Educação ambiental salva vidas
Casos como o do gato-maracajá reforçam a importância da educação ambiental e da atuação de instituições como a Fujama. A conscientização da população sobre a presença e o papel dos animais silvestres no ecossistema é fundamental para garantir a convivência harmônica entre humanos e natureza.
Esse episódio também evidencia o impacto positivo das políticas públicas de meio ambiente implementadas no município de Jaraguá do Sul. A Fujama atua em diferentes frentes, resgates, monitoramento de fauna, educação ambiental e preservação de áreas verdes e tem se tornado referência no estado.

🌎 Convivência com a fauna é possível
Com a expansão das cidades e a fragmentação dos habitats naturais, encontros entre humanos e animais silvestres tendem a se tornar mais frequentes. É essencial que as pessoas compreendam que esses animais não estão “invadindo” nosso espaço, mas tentando sobreviver em um ambiente cada vez mais hostil para eles.
A proteção da fauna brasileira, em especial das espécies ameaçadas, depende de uma ação conjunta entre população, poder público, instituições ambientais e imprensa. Divulgar histórias como essa é parte do processo de transformação cultural que pode salvar o que ainda resta da nossa biodiversidade.
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