Você saberia quantificar quantos amigos tem? A pergunta parece simples, mas a resposta depende do contexto e do que se define como amizade nos dias atuais. Numa época em que as pessoas buscam validação pelo número de “amigos” e seguidores nas redes sociais, existe uma espécie de competição nesse sentido: quanto mais indivíduos estão ligados a um perfil ou página, maior é a sensação de popularidade. Você conta e comemora quando aumenta o número de amigos virtuais? E quantos deles são amigos reais?
Alguns dos que fazem parte das nossas redes sociais são pessoas conhecidas, com ligações próximas e verdadeiras, outras, meras conhecidas. Mas grande parte são “amigos de amigos “, que conhecemos de vista e aceitamos o ingresso na nossa rede social, por serrem da mesma atividade profissional, círculo social, educacional, ou familiar. E nesse montante tem também os que nem conhecemos, residentes em outras cidades, estados e países. Até que ponto é seguro abrir espaço e confiar em indivíduos que não conhecemos? Com tantos golpistas e crimes virtuais, como sabe se não estamos nos colocando em risco?
Por meio de um computador e do celular nos traz o mundo na palma da mão, uma infinidade de possibilidades, e isso é, ao mesmo tempo, fascinante e assustador. Os aplicativos de mensagens definitivamente fazem parte das nossas vidas, não é mesmo? Pois é, todo o cuidado é pouco…

Quantos amigos você tem? Com um celular em mãos, podemos nos conectar e trocar mensagens
Influenciadores digitais se empenham para captar o maior número de seguidores, de olho nos dividendos que irão obter com patrocínios e permutas. Os mais competentes na função acumulam fortunas “aconselhando” uma legião de admiradores, indicando marcas e produtos. E ao atraírem esse tipo de público, passam a ser imitados, ditam moda e opinam sobre tudo, mesmo sem conhecimento de causa. Esbanjam carisma e sedução. São venerados. Tudo o que fazem e dizem é copiado cegamente, sem questionamentos. E isso já causou inúmeras confusões. Não raro, muitos escutam mais essas pessoas do que especialistas, ou pessoas mais próximas. E é aí que mora o perigo! Nem todos os influenciadores são equilibrados, confiáveis e preparados para direcionar positivamente. Lembra da Deolane Bezerra? Do Luva de Pedreiro? E de tantos outros que surgiram e desapareceram do dia para a noite?

Aplicativo Whats App é o mais usado no Brasil para mensagens de vídeo, áudio e texto
A vida é presencial
Vivemos numa época em que tudo é acelerado, lotados de tarefas e obrigações que nos dão a sensação de que faltam horas no dia. Esse ritmo alucinado para cumprir horários e metas nos empurra, em diversos momentos, para superficialidade das relações, em que “as redes sociais nos tornaram insociáveis”. Explico: Estamos priorizando contatos virtuais. Protelamos encontros presenciais com familiares, amigos e colegas, declinamos convites para confraternizações e eventos sociais. Deixamos para depois. “Temos que marcar aquele café”, “Aparece lá em casa uma hora dessas”, e por aí vai… Enquanto isso, a vida vai seguindo o curso, as pessoas se distanciam e o tempo (que não para!) vai passando. Li certa vez que “depois o café esfria, depois as prioridades mudam, depois se torna tarde demais”… Resumindo: A vida é presencial e acontece hoje!
Resumindo: A vida é presencial e acontece hoje! Quem muito planeja perde o timing para a execução. O grande desafio do século 21 é equilibrar as demandas do vida virtual com o lazer e o bem-estar proporcionado por uma convivência saudável com aqueles que têm relevância na nossa existência e podem contribuir para a nossa evolução como seres humanos.

Sônia Pillon é jornalista, escritora, palestrante e colunista, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto pela Univille. Integra a Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB-SC). Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.