“Guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam por decisão de homens que se conhecem, se odeiam, mas não se matam.” A frase é atribuída ao piloto de caça alemão da 2ª.
Guerra Mundial Erich Alfred “Bubi” Hartmann é sem dúvida atemporal. É o que estamos presenciando hoje, com o genocídio de palestinos em Gaza, sob o comando de Benjamin Netanyahu, os ataques trocados entre o Estado de Israel e Irã, sem falar na guerra entre Rússia e Ucrânia, há três anos, sem nenhuma perspectiva de acabar. Mas será que mesmo assistindo tudo isso “de longe”, nós, brasileiros, estamos imunes a essas guerras?
Fica a nítida impressão de que diversos barris de pólvora estão espalhados pelo mundo, e que basta acender um pavio de pólvora para as hostilidades serem trocadas, sob o risco de uma estourar mais uma guerra.
A consciência do genocídio que está sitiando a população de Gaza, que inclui a matança de mulheres e crianças, assim como a fome utilizada como arma de guerra israelense contra a população está desencadeando manifestações Pró-Palestina em diversos países. A inexpressiva distribuição de ajuda humanitária em Gaza, em que muitos estão sendo alvejados e mortos por militares israelenses -enquanto correm famintos para os locais designados – é apontada como “uma armadilha” pela população. E a pergunta que ecoa nos cinco continentes é: Até quando?!
Manifestações de brasileiros
Em São Paulo, manifestantes protestaram contra genocídio em Gaza. Foto: Ian Maenfeld/Estadão Conteúdo
No último final de semana, os brasileiros também aderiram à campanha mundial pelo fim dos ataques à Gaza e da “limpeza étnica” promovida pelo mandatário israelense, Benjamin Netanyahu. No Rio de Janeiro, no entorno do Cristo Redentor. Na Praça Roosevelt, em São Paulo, a manifestação contou com a presença do ativista brasileiro Thiago Ávila, um dos interceptados pelo exército israelense no barco Madleen. Brasília e Porto Alegre também aderiram pelo fim do genocídio na Faixa de Gaza. Os protestos ocorreram paralelamente em diversos países. Na Suécia, a ativista Greta Thunberg, que também integrou a Coalizão Flotilha da Liberdade, liderou o movimento.
Na contramão dessa comoção planetária pelo extermínio indiscriminado de civis, uma comitiva de 41 autoridades brasileiras, utilizando de dinheiro público, rumou para Israel em apoio ao governo de Netanyahu. Seria “turismo de guerra”? O detalhe é que agora buscam desesperadamente serem resgatados pelo governo do Brasil, através de rota de fuga pela Jordânia…
Consequências políticas e econômicas
Sempre é importante lembrar que, além das perdas humanas, dos territórios em ruínas, e de todo o sofrimento que as guerras causam, paralelamente vêm as consequências políticas e econômicas, em escala global. É quando as bolsas de valores despencam, e há uma escalada no preço de insumos e alimentos. Nessas horas, o pânico se instala e as pessoas têm a tendência de querer estocar alimentos e tudo o mais, com medo da escassez, do racionamento e da precificação nas alturas.
É por isso que é importante estarmos atentos ao que acontece à nossa volta. Não fechar os olhos. Se omitir é permitir. Em momentos delicados como esse que estamos vivendo, é preciso tomar posição frente aos fatos, sem “enterrar a cabeça na areia”, como o avestruz. Daí a importância de participar de manifestações pela paz, para reforçar a pressão contra a guerra.
Sônia Pillon é jornalista, escritora, palestrante e colunista, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto pela Univille. Integra a Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB-SC). Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.
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