No final de abril, uma história inacreditável emocionou a Austrália e viralizou nas redes: a cadelinha Valerie, uma pequena dachshund, foi resgatada na Ilha Kangaroo, perto de Adelaide, depois de 529 dias vivendo sozinha na natureza. Perdida desde novembro de 2023, a cadelinha surpreendeu todos ao reaparecer não apenas viva, mas saudável e até mais forte.
Quando a família se separou dela durante as férias, muitos temeram o pior. Mas contra todas as probabilidades, Valerie não só sobreviveu como engordou dois quilos. Seus dentes estavam perfeitos, o pelo brilhante e seu corpo musculoso. Para quem esperava encontrar uma cadelinha debilitada, foi um choque vê-la tão bem.
O instinto antigo que salvou Valerie
Especialistas explicam que, mesmo criados como pets mimados, os cães ainda carregam instintos ancestrais que ajudam na sobrevivência. Foi assim que Valerie aprendeu a procurar alimento, se proteger do frio e escapar dos perigos. Na Ilha Kangaroo, ela conseguiu evitar predadores maiores e, provavelmente, se virou caçando pequenos insetos e procurando restos de comida.
Ainda assim, sua sobrevivência exigiu sorte e inteligência. O mato australiano abriga serpentes venenosas, como a cobra-tigre, e condições climáticas extremas. Segundo estudiosos, muitos cães domésticos jamais conseguiriam suportar tanto tempo sozinhos.

Cadelinha sobrevive quase 1 ano e meio sozinha no mato
Nem todos os cães teriam a mesma chance
Especialistas afirmam que características físicas e comportamentais fazem toda a diferença. Raças caçadoras e ativas, como Jack Russell terrier, tendem a se virar melhor que cães de companhia acostumados a ração na tigela. Já os cães com pernas curtas e corpos longos, como os dachshunds, conhecidos popularmente com “salsichas”, podem ter mais dificuldade de se locomover e encontrar abrigo.
No entanto, o caso de Valerie mostra que até esses cães podem surpreender. Seu tamanho pequeno ajudou a passar despercebida por predadores e ela precisou de menos calorias para se manter. Além disso, os cães têm uma incrível capacidade de adaptação, que muitas vezes subestimamos.
O reencontro emocionante
Depois de tanto tempo, ninguém sabia como seria a reação da cadela ao ver a família novamente. Mas bastou um segundo para ela reconhecer cada rosto e explodir de felicidade. Pulando, lambendo e correndo de um colo ao outro, Valerie mostrou que, apesar de sua incrível independência, o vínculo com seus humanos estava intacto.
Para especialistas, a história de Valerie é a prova de que cães podem, sim, sobreviver sem nós. Mas também lembra que, no fundo, o que eles mais querem é voltar para casa.
Fonte: National Geographic Brasil
Reportagem: Tina Deines
Edição: Cristiane Marcelino
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